quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Chapter II - Wondering about Solitude

Acordas, fazes aquilo que programaram na tua mente, duche, limpa bem os teus dentes, penteia bem o teu cabelo, esfrega aquele creme na cara, aquele que te promete a beleza que sempre sonhaste, senta-te e mastiga aquela mistura de torrada já meio fria e café com leite muito aquém daquilo que para ti é ideal. Sê um dos dois tipos de pessoa, transporte pessoal ou publico, em ambos és solitário, é inevitável, a presença de 100 pessoas à tua volta não fazem de ti menos solitário do que aquilo que és, sim, solitário.
Agora trabalha, aquele trabalho que sempre ambicionaste, ou melhor, o trabalho que alguém ambicionou que tu fizesses. Estuda muito e trabalha bastante para um dia poderes trabalhar para concretizar o sonho de alguém que te olha de cima.

Vives na rotina, és apenas mais um, pensas que tens tudo mas não tens nada, na tua vida só existes tu, e a solidão, eterna companheira, está sempre contigo nos piores momentos.

Já lá vai há muito o tempo em que vivias de aventuras, já la vai o tempo em que todos os dias eram únicos, agora todos os dias são mesmo isso, todos os dias são todos os dias, já não distingues o dia x do dia y, a tua noção temporal está confusa, não sabes bem a quantas vais, já nem a idade importa, porque os anos passam e foi apenas mais um ano, mais um ano igual ao ano que se avizinha, e que será igual aos 30 anos que se avizinham.
Sim, haverá novidades, novos amigos, novas paixões, filhos, mas tudo isso não passa de rotina, acontece com todos, é a ordem natural da vida, a ordem natural que tanto desejas quebrar, desejas largar tudo e seguir em direção do desconhecido, tu pensas fora da box, porque não agir fora da box?
Engraçada, a vida, a vida é feita de ideais, ideais criados pela sociedade em que estás inserido, ideais que te serão induzidos pelos teus pais, e que foram induzidos neles pelos seus pais, e por aí.
Estudar, trabalhar, organizar a vida, para que os teus filhos possam estudar tanto como tu, e trabalhar tanto como tu, e organizar a sua vida tal como tu o fizeste, para que os filhos deles continuem este ciclo.
Nada tem de mal esse ciclo, é uma vida perfeitamente normal. Mas nunca passará disso, uma vida normal. Não te destacas em nada, cairás no esquecimento de todos aqueles que agora te rodeiam.
Não é fácil, lidar com a solidão, é um sentimento complicado, dá muito que pensar, sempre que estás solitário, nada te resta a não ser pensar, pensar naquilo que nunca fizeste. Ao mesmo tempo a solidão pode ser o catalisador da tua “revolta”, estás farto de toda esta solidão, queres parar de pensar para começares a agir, vais dizer tudo o que nunca conseguiste dizer, vais fazer tudo o que nunca conseguiste fazer, e o mais importante, vais dizer que não a uma vida de solidão, vais desenhar o teu próprio rumo, vais alargar os teus horizontes e deixar-te ir pela imaginação, porque a imaginação é o teu limite, se não o consegues imaginar, então não o consegues fazer, mas se imaginas, e lutas por isso, nada te impede de chegar a essa felicidade tão cobiçada por tantos, a verdadeira felicidade, que nem eu, nem tu, nem ninguém que nos rodeia conhece, uma felicidade pura, uma felicidade que não te deixa olhar para trás e relembrar aquilo que a solidão te fazia sentir.

Felicidade.. Tão difícil de alcançar, olhas pela janela, vês a chuva a cair e desesperar com o peso que te jaz nos ombros, esse peso enorme, essa solidão… 

Olho para trás, e penso naquilo pelo que passei, não foi fácil, mas se há algo que não senti em algum dia, foi solidão, e por isso estou grato..

In: Autobiography of a Complete Stranger

domingo, 23 de novembro de 2014

Desabafos tardios

Porque a vida não é aquilo que eu tento fazer dela, a vida dá voltas, sempre as deu, se não as desse, nunca te tinha abraçado, nunca te tinha sentido, nunca me tinhas sorrido, mas também se a vida não desse estas suas voltas cruéis, nunca tinhas saído do meu alcance, nunca podia haver um adeus como aquele que mais me marcou, as voltas da vida tanto nos trazem o que precisamos, como nos tiram o que não queremos largar.

E largar? Podias sair da minha cabeça, apenas por um dia, deixar-me apreciar uma musica, uma imagem, Quero-te largar, quero deixar-te seguir, para que eu possa seguir, mas nunca fui de deixar o tempo apagar o que quer que seja, muito menos agora, muito menos tu, sim, tu, não me esqueço que existes.

Explica-me tu, como hei eu de esquecer o inesquecivel?!

In the pursuit of happiness

Somos humanos, tu e eu, passamos toda uma vida em busca de uma felicidade que nos parece distante demais para ser alcançada, mas encontrei, sim, e dou valor a todos os momentos, todos os olhares, tudo de ti. 

Muita gente diria que foi o destino, ou que foi o amor à primeira vista, mas não, não foi um conto de fadas, e ainda bem que não o foi, não houve nada de artificial em nós, houve sim empatia, alegria, amor, houve um milhão de emoções, sendo que a unica que me resta agora é a saudade.

Soube desde o primeiro dia que nunca ia poder ouvir de ti nada de carinhoso, nunca me dirias que me amas, nunca me dirias nada que me fizesse sorrir, nem chorar. Mas isso é apenas uma das muitas caracteristicas que te tornam unica e insubstituivel, de ti nunca tive palavras, nunca pude ouvir a tua voz, mas tive algo de muito mais valor, tive as tuas acções, tive um amor puro, livre de corantes ou conservantes, livre de maldade, completamente à parte de tudo e todos, um mundo nosso, e nesse mundo perfeito não me faltava nada, tudo o que eu precisava estava ao meu alcance, porque tudo o que eu precisava era de ti.

Foges a todas as regras, não gostas das minhas piadas, não gostas dos meus olhos, não gostas do meu cabelo, não gostas da minha musica nem dos meus hábitos literários, mas gostas de mim, não percebo bem porquê, o que viste tu neste rapaz inseguro e desagradável? Nunca hei de desvendar esse mistério, mas vivo bem com isso, não preciso que as pessoas gostem de mim, mas encho-me de alegria ao saber que TU gostas, ou um dia gostaste de mim.

Considero-me uma pessoa com um intelecto forte, considero que sou uma pessoa com uma mente cheia de perguntas por responder, e cheia de respostas a perguntas que precisavam de ser respondidas, mas por mais ginástica mental que pratique, não encontro um exercicio de reflexão que me dê força suficiente para conseguir erguer este maçiço peso que me jaz na consciência.

Nunca pensei que a tua falta fosse tão sentida, nunca pensei que este aperto seria possivel, por mais que eu tente ocupar o teu lugar com outras pessoas, tu existes, e isso ao mesmo tempo trás-me uma sensação de felicidade e de raiva, fico feliz por saber que algures, tu existes, mas fico com raiva por saber que algures tu existes sem mim, eu que não gosto de perder, e que não perco as oportunidades que me são dadas, perdi-te a ti, e não percebo porquê, penso mais que muitas vezes, fui fraco, deixei-me intimidar pela mudança e deixei-te ir, sem mim, há de ser sempre um dos meus maiores arrependimentos, eu deixei-te ir, não sei como nem porquê, mas deixei, e não foi fácil na altura, mas foi mais fácil do que é agora, exibir uma falsa felicidade quando na verdade a tua falta está-me a matar aos poucos...

Fica este desabafo para ti, F






quinta-feira, 8 de maio de 2014

A geração do "li algures"

E esta, hoje pensei bastante sobre um assunto sobre o qual da vez em quando dou por mim a pensar, e lembrei-me hoje porquê? Porque mais uma vez, ouvi alguém afirmar com toda a sua certeza que o pastel de nata é o bolo menos calórico que existe.

Ora, conflituoso como sou, e teimoso como apenas eu o consigo ser, não me consegui controlar e meti-me na conversa impulsivamente. "Ai sim? Fala-me mais sobre isso, não me digas que leste isso numa qualquer imagem do facebook? (ironia)". E surge a bela da resposta, "sim, uma amiga minha partilhou de uma página de factos!".


UUUUUUIIIIIIIIIIII, o que me foram dizer, uma página de "FACTOS".

Facto?! Algo que existe, que é real, que é verdade. Chateia-me um pouco, páginas de factos, quando na verdade muitas das vezes não são factos mas sim boatos, basta alguém na china dizer que é um facto, que dias depois, ou mesmo horas depois, torna-se um "facto" em todo o mundo. É aquilo a que eu chamo um boato do elevador, porque o elevador é o local perfeito para tornar a maior mentira, no facto mais fascinante. Se eu for num elevador com um amigo e um 3º individuo completamente desconhecido, posso simplesmente afirmar para com o meu amigo que os bebés que choram mais vivem mais anos, essa 3ª pessoa vai captar o que eu disse, e provavelmente vai passar essa informação para um outro individuo, e por aí adiante, até que finalmente lá está estampado esse facto numa qualquer página na Internet, é simples.

E a partir desta "pequena" revolta, fui aprofundando as minhas duvidas e pensei no assunto mesmo com seriedade, e cheguei a um beco sem saída, em que não sei o que pensar, será que nos tempos que correm ainda existe alguma informação em que possamos confiar?! Vou tentar explicar isto da melhor maneira que conseguir.

Vivemos hoje numa sociedade em que somos forçados a acreditar naquilo que nos dizem na única maneira que temos de saber o que se passa em todo o mundo, na tv, nos jornais, revistas, Internet, por ai alem. E quando estes meios de comunicação nos dizem que algo é mau, ou que algo acontece por algum motivo, somos algo forçados a acreditas nisso tudo.

A tabela nutricional vale para alguma coisa? Todos presumimos que a tabela nutricional de cada alimento está certa, e nem por um momento duvidamos dela, mas porquê? Quem foi que nos disse que um iogurte tem x calorias, e que uma embalagem de fiambre tem y calorias? Onde estão as provas disso tudo? Passa tudo por um controlo, sim, mas e quem está a controlar esse controlo? E se os há, quem os controla a eles? E por aí, estão a perceber o que quero dizer?

Mas isto continua, não parei nos iogurtes, e comecei a questionar assuntos ainda mais profundos, aquelas coisas que ninguém duvida, que sempre foram ditas e sempre se acreditou, mas acredita-se porquê?
A toxicodependência existe?! Pois, existe sim, mas quem foi que disse? Eu não penso que os meios de comunicação mentem ao dizer que existe toxicodependência, pior que isso, eu hoje questionei-me se não terão sido os meios de comunicação a criar as toxicodependências. Pensem lá nisso, onde foi que ouviram falar do vicio da droga?! E os toxicodependentes, onde foi que ouviram falar? Será que o primeiro dos toxicodependentes estava um dia a ler um jornal que afirmava que a droga viciava e por aí além, e deu por si a chorar a um canto, com um seringa no braço e a aperceber-se de que se tinha tornado um toxicodependente? É um afeito placebo, um individuo que não consegue ler, ver ou ouvir um noticiário sem que lhe seja imposta a ideia de que uma substância o vai viciar se algum dia ele tiver a infeliz ideia de a experimentar, o seu cérebro habitua-se tanto a essa ideia que certo dia essa pessoa leva mesmo esse caminho e o seu cérebro faz exatamente aquilo para que foi programado com todas aquelas noticias, deixa-se viciar, o próprio cérebro é enganado de tal maneira, que aquilo que lê, que vê, que ouve, torna-se numa verdade absoluta.

Tudo aquilo que faz mal, assim o faz porque alguém quer que faça, alguém um dia disse para o mundo, O tabaco faz mesmo mal, vão todos morrer, e sim, concerteza, faz mal, está estampado em todo o lado, criam-se leis, alteram-se leis, tudo para fugir da monstruosidade, no entanto não se proíbe, mantém-se à venda, faz sentido? Para mim não faz sentido, e os nossos cérebros tanto se habituaram à ideia de que o tabaco faz mal, que aos fumadores, torna-se num efeito placebo tão forte, tão imparável, que o seu corpo adoece mesmo. Tudo está provado cientificamente, e então? Somos todos cientistas? Foi nos provado a nós alguma coisa? Pois...

Digo-vos eu, que isto são apenas suposições que muito provavelmente estão erradas, mas e se não estiverem?! Uma questão que certamente ficará por responder até ao nosso fim. Mas digo-vos, se na mais ínfima das hipóteses isto fosse uma realidade, alguém, algures no mundo estava a lucrar muito com isto, a manter toda uma sociedade doente, e aterrorizada com tudo, bem controlados, um rebanho de ovelhas bem mandado.

E deixo-vos assim, com esta minha teoria do absurdo. Tudo começou com um pastel de nata ;)



quinta-feira, 24 de abril de 2014

(in)diferenças e (des)igualdades

Olá pessoas!



Estou de volta, momentaneamente, por necessidade própria, necessidade de exprimir aqui uma opinião, ou melhor, um sentimento que tenho aqui guardado para mim já há algum tempo, sentimento esse que foi agravado pelo acontecimento que marcou o passado dia 14 de Março, em que no nosso parlamento foi decidido que a coadoção por parte de um casal homossexual é algo errado e consequentemente, proibido.

Ora, eu sou uma pessoa incapaz de lidar com gente burra, são pessoas que me chateiam e das quais apenas quero distância. E pior do que ter de lidar com gente burra é ter de saber que vivo num país em que quem toma as decisões importantes é gente burra.

Quem é que me explica a mim, quem foi que deu o direito a essa gente burra, de poder decidir se um casal homossexual pode ou não adoptar uma criança? Porque razão é que é necessário decidir se um casal homossexual pode adoptar?! São seres humanos como quaisquer outros, se têm condições para manter uma criança, qual é afinal o problema? Não devia ser necessária nenhuma lei em que estivesse explicito que tal casal pode adoptar. Adoptavam e pronto, desde que preenchessem todos os requisitos como qualquer outro casal.

Ponham-se agora no lugar de uma criança órfã. Vocês preferiam ter dois pais, duas mães, ou nem pai nem mãe?! Porque é isso que acontece com esta decisão de negar a coadoção, há crianças que não têm ninguém, e vão continuar sem ninguém, simplesmente porque a gente burra no parlamento decidiu no dia 14 de Março de 2014 que preferem que essas crianças fiquem sozinhas, do que terem a oportunidade de serem integradas numa família em que ambos os pais são do mesmo sexo.

Têm medo de quê? Lá porque os pais são homossexuais não quer dizer que a criança obrigatoriamente o passe a ser, não é algo que se aprenda a ser, ou se é, ou não se é, e mesmo que seja, qual o problema? Secalhar é esse mesmo o problema, secalhar o que faz falta neste país são mais pessoas homossexuais, porque ainda é algo tão "raro" de se ver, que se torna um problema, é "diferente" de nós, logo tem de ser tratado com agressividade e desprezo. Cresçam, aprendam a lidar com diferenças, porque assim não vamos a lado nenhum..

E ainda não fico por aqui, porque não é de homossexualidade que venho aqui falar, mas sim de tudo o que é "diferente". Tenho visto um pouco por todo o lado alguma incompreensibilidade (isto é mesmo uma palavra?) para com todas as pessoas com uma ou outra característica diferente do normal, mesmo coisas banais que já devia ser algo a que a sociedade estivesse habituada, como tatuagens, ou piercings. Vamos lá ser claros, se eu não gostar de laranjas, não vou passar a vida a falar mal de quem come laranjas, e a incentivar as pessoas a dizerem que não a tudo o que estiver relacionado com laranjas, percebem onde quero chegar? Tenho ouvido muitos comentários vindos dos mais diversos tipos de pessoa, "ai, uma tatuagem não tem jeito nenhum, depois ficam velhos e fica não sei como", "ai, um piercing no nariz é mau de mais, que depois toda a gente olha na rua, e fica feio parece não sei o quê". e então? o facto de alguém tomar a decisão de fazer algo diferente com o seu corpo não afeta as vossas vidas diretamente, nem nunca vai afetar. O mesmo vai para o racismo, que por incrível que pareça, ainda existe nos dias que correm, como pode ser possível alguém ser julgado pela cor da pele, ou pelo dialecto em que fala, ou mesmo pela roupa que veste e pelo estilo de musica que ouve. Nada disto vos vai afetar!

Aprendam a dar graças por existirem tantas diferenças entre todos nós, e de cada um ter os seus gostos, faz parte da vida, e torna tudo mais interessante, todos devem ter a oportunidade de serem felizes à sua própria maneira.

Reflictam sobre o que vos escrevo, há 40 anos atrás, alguém lutou pela nossa liberdade, livraram-se dos nossos "donos", acham que faz sentido estarmos agora armados em "donos e senhores" e pensarmos que podemos andar a decidir o que alguém tem ou não o direito de fazer?

Todos diferentes, mas no fundo todos iguais!

domingo, 26 de janeiro de 2014

Carta aberta a milhões de ignorantes :)

Sem tempo para introduções hoje, deixo-vos um texto escrito por um certo blogger que se esquece de algo muito importante, que não basta saber escrever, é preciso também saber do que se fala, é preciso ter mais do que dois dedos de testa. Convido-vos a ler um texto desse blogger antes de continuarem a ler este post, para que possam depois saber da minha opinião acerca do mesmo:



Agora sim, podemos começar, e deixo eu a minha opinião aberta não apenas para o senhor ignorante que tem os pés no sofá, mas também para todos aqueles que desde o dia 15 de Dezembro têm vindo a apontar o dedo e a fazer todos os esforços para encontrar um "bode expiatório" para o que aconteceu.

Ora bem, tenho andado a tentar conter-me, e a tentar respeitar a opinião de cada um, mas já chega, e já chegou a hora de dar ao mundo a minha mais sincera opinião sobre o que aconteceu aos jovens perdidos no meco, e todo o "hype" que tem havido em volta desse mesmo assunto.

Consigo respeitar a dor que as famílias e os amigos dos jovens estão a sentir neste momento. Consigo respeitar também que os pais queiram respostas, que desejem saber ao certo o que aconteceu naquela noite, o que foi que causou a perda dos seus filhos. O que eu não consigo respeitar é que estejam a torturar a alma do único sobrevivente, a fazer da sua vida um inferno (ainda mais), estão a fazer um completo bulliyng com o rapaz, etiquetaram-no como um assassino de sangue frio.

Acham que ele não teve já castigo suficiente?! Acham mesmo que não fala porque não quer?! Acham que é fácil, ver com os seus próprios olhos seis amigos a perderem a vida?! 

Apenas consigo imaginar a dor pela que ele está a passar, o que vai naquela cabeça. E espero nunca ter de sofrer tal dor, uma dor que leve alguém ao ponto de perder as palavras, de perder qualquer reacção.

E como se não bastasse estar a passar por isso, ainda tem milhões de dedos a apontar para ele.

Acham bem o que estão a fazer? Em 21 anos de vida não me lembro de alguma vez ter visto este país com tanto ódio por alguém. Não dá para perceber, tanto assassino, tantos violadores, tantos ladrões, tantas más pessoas neste mundo, e o inimigo público Nº1 é um jovem que teve o azar de perder seis amigos numa brincadeira que correu mal. 

TODOS VOCÊS QUE LHE APONTAM O DEDO DEVIAM TER VERGONHA!



E que reportagem vem a ser esta? Quantas vezes é preciso dizer, foi um acidente, não foi nenhum crime. Isto mais parece uma investigação criminal, inspiraram-se na reportagem da Madeleine McCann? -.- Santa ignorância, parem de arranjar alguém ou algo para enfiar as culpas! Ninguém empurrou ninguém para o mar, cada um faz o que bem lhe apetece, ninguém foi obrigado a fazer o que quer que fosse.

E já agora, quantas pessoas existem neste mundo que nunca tiveram uma brincadeira com os amigos que podia ter corrido mal? Muito poucas, e pela vossa lógica, todo aquele que um dia teve uma brincadeira entre amigos que podia ter resultado em acidente por algum motivos, devia ser julgado por tentativa de homicídio. Ganhem juízo, deixem as vossas palavras de força para com as famílias de todos os envolvidos no acidente, e voltem ás vossas vidas miseráveis :)

E já agora, para todos os que nunca tiveram nenhum contacto com as praxes, nem sequer sabem do que se trata, mantenham a vossa opinião de merda para vós mesmos :) 

Têm a mínima noção do que custa a um jovem de 17 anos deslocar-se para uma cidade a centenas de km's do conforto da sua casa? Sabem o que custa cair de para-quedas num lugar completamente desconhecido, sem a família, sem os amigos? Sem as praxes, a vida universitária tornava-se num pesadelo, um mundo de solidão! A praxe é integração, a praxe é união. A praxe dá-nos a conhecer toda uma familia académica, a praxe tira de uma pessoa a sua etnia, a sua religião, o seu sexo. Na praxe não há preto nem branco, não há rico nem pobre, e acima de tudo, ao contrário do que a comunicação social quer que o povo pense, na praxe ninguém é melhor que ninguém! Nem ninguém o quer ser.

Existem momentos mais difíceis nas praxes, é verdade, é verdade também que se grita com os caloiros, que se fala mal para eles, mas apenas quem lá está percebe. Também eu fui caloiro, e fui alvo de muitas praxes, e hoje digo com toda a sinceridade que dava tudo para voltar a ser um caloiro reles e miserável, pois foi uma fase da minha vida que nunca me vou esquecer e que passei sempre com uma felicidade enorme. Nas praxes senti-me integrado, fui feliz, era um completo desconhecido numa nova realidade, e nos primeiros minutos eu já sabia que ia ser feliz ali, e que ia passar dos melhores momentos e que ia conhecer as melhores pessoas, e não me enganei, pois das praxes e de todo o tempo académico, só tirei bons momentos. Testemunhei um espírito que não imaginava ser possível. Os veteranos, ou os doutores, ou como cada um lhes chamar, mantêm a postura de "mau", gritam, e mandam fazer e tudo mais, mas ao final do dia, acreditem no que vos digo, quando o caloiro está em baixo, quando o caloiro tem alguma dificuldade, alguma insegurança, são os mesmos veteranos que lhe gritaram que lhe vão estender a mão, que o vão ajudar. Desafio qualquer um de vós a mostrar-me um estudante pró-praxe, praxante ou praxado, que seja infeliz com as suas experiências nas praxes. Aproveito também para lembrar que ninguém é obrigado a nada, a qualquer momento o estudante pode decidir que é anti-praxe, e ninguém lhe vai negar esse direito, e acima de tudo, ninguém o vai tratar mal por isso.

Já me disseram várias vezes, "mas põe-te no lugar dos pais", Eu não sou pai, é verdade, mas as pessoas que me dizem isso também não são estudantes, nem sequer pensam por um momento nas barbaridades que dizem, e acima de tudo também não se lembram de que o "assassino" de quem eles tanto falam também é filho de alguém, e na dor desses pais, alguém pensou?? Alguém pensa na dor que será ver que o próprio filho é odiado por todos, que a televisão publica, que tem o dever de se manter imparcial, já tomou o lado dos ignorantes e continua a apoiar a atribuição da culpa ao seu filho? A dor que está a ser ver que o seu filho nunca mais será o mesmo, pelo trauma que passou, e pela pressão psicológica que está a ser feita contra ele?!

Ao senhor blogger do texto que vos deixei no inicio deste post só tenho a dizer que o "Dux" como lhe chamas, antes de ser Dux, já tinha um nome, João, e se ele merece castigo pelo acidente que aconteceu com os amigos dele, então estejam á vontade e castiguem todos os jovens deste país, por se comportarem como jovens, e por terem brincadeiras pouco sensatas. Poupem-me, parem de se preocupar em pedir castigo para um jovem que fez o que todos os jovens fazem, e preocupem-se mais em deixar de dar atenção a casas de segredos e merdinhas fúteis.

São temas como este que me fazem ter pena do país em que vivemos, saber que muitos mostraram solidariedade com o Renato Seabra quando claramente assassinou macabramente o Carlos Castro, muitos ainda pensaram duas vezes, e acharam que ele era um coitadinho, porque não sei que e não sei que mais. E agora chamam assassino a um pobre coitado que perdeu os amigos numa brincadeira.

Cambada de hipócritas sem qualquer tipo de educação, e sem noção do que realmente interessa, reduzam-se à vossa insignificância e voltem para os vossos sofás que a casa dos segredos deve estar a começar, continuem a ler as vossas revistas cor de rosa, e continuem com essa mentalidade retrógada. Mas guardam as vossas opiniões para vós próprios. Quando vão cagar postam uma foto do resultado nas redes sociais? Não? Então porque lá deixam as vossas opiniões de merda?

Vamos ficar por aqui, deixo-vos só uma fotografia de um grupo de caloiros com os seus veteranos, para verem bem as caras de sofrimento e de tristeza ;)



Até uma próxima!

Jp